Depois do êxito do II Ciclo, vários coros e orquestras amadoras e profissionais da
Grande Lisboa aceitaram o novo convite das Paróquias da Baixa-Chiado para
interpretar obras de música sacra nas Igrejas do coração de Lisboa. Como na
última edição, mantém-se o intuito de contribuir para a animação sócio-cultural
naquela zona e para a vivência espiritual da Quaresma e Tempo Pascal.
Os concertos, realizados com o apoio do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de
Lisboa, têm início já a 25 deste mês. Como aconteceu nos ciclos anteriores, decorrem alternadamente na Igreja de Santa Maria Madalena e na Basílica dos
Mártires – exceptuando os dois últimos concertos, que se estendem à Igreja da Encarnação e de S. Nicolau. Aos Domingos, sempre às 16h00, com entrada livre.
Quaresma – de 25 de Fevereiro a 25 de Março
25 de Fevereiro, Igreja da Madalena, Coral Vértice
Música para a Quaresma na Europa da Renascença: Duarte Lobo, Tomás Luis de Victoria, Damião de Góis e outros.
4 de Março, Basílica dos Mártires, Voces Caelestes
Stabat Mater a dieci voci e basso continuo de Domenico Scarlatti (1685-1757) e Stabat Mater de João Rodrigues Esteves (C.1700-C.1751)
11 de Março, Igreja da Madalena, Vox Canónica
“O Mistério Doloroso” Peças sobre a Paixão de Cristo da Idade Média até ao séc. XX.
18 de Março, Basílica dos Mártires, Polyphonia Schola Cantorum
Missa Laudate Dominum de Coelis, de Orlando di Lasso (c.1532-1594), e Música Renascentista Portuguesa para a Quaresma
Lamentationes de Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) e excertos do Ofício In coena Domini de autores do séc. XVI (Tomás Luis de Victoria, Frei Manuel Cardoso e outros)
Tempo Pascal – de 15 de Abril a 27 de Maio
15 de Abril, Igreja da Madalena, Ensemble Vocal Mensura
Messe de Notre-Dame de Guillaume de Machaut (Séc. XIV)
22 de Abril, Basílica dos Mártires, Coro Odyssea
Música Sacra Contemporânea: Jan Jiresek, Gee-Bum Kim e Gonçalo Lourenço.
29 de Abril, Igreja da Madalena, Coro Polifónico Almada
Música Sacra Pascal: do séc. XVI aos nossos dias. De Diogo Dias Melgaz a Anton BrucKner ou Lorenz Maierhofer (1956).
6 de Maio, Basílica dos Mártires, Ensemble Capella Mundi
Música Sacra do Séc. XX: Paul Hindemith, John Tavener, Charles Ives, Heitor Villa-Lobos e Benjamin Britten
13 de Maio, Igreja da Madalena, Coral Vértice
Maria Virgo, Jesus Mater (Obras dedicadas à Virgem Maria, Mãe de Jesus)
20 de Maio, Igreja da Encarnação, Polyphonia Schola Cantorum e Concentus Musicus de Lisboa
Obras de Carlos Seixas (1704-1742) Ardebat Vincentius e Antonio Vivaldi (1678-1741) Gloria entre outras
Gregorio Allegri (1582-1652)
Miserere
Dieterich Buxtehude (c.1637-1707)
Missa Brevis, Bux WV 114
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Jesu, meine Freude, BWV 227
Como destaque especial, surge ainda o assinalar do 250º aniversário da morte do compositor italiano Domenico Scarlatti (1757), com a apresentação da obra Stabat Mater, a dez vozes. Nascido no mesmo ano que Bach e Händel, o compositor viveu e trabalhou em Portugal, recorde-se, entre 1720 e 1729.
Dando realce à música sacra contemporânea, numa lógica de abrangência, apresentam-se também peças de compositores como Paul Hindemith, John Tavener, Benjamim Britten e Gonçalo Lourenço, entre outros.
Dos grupos intérpretes convidados, destacam-se os repetentes Coral Vértice e Polyphonia Schola Cantorum, acompanhados pela Orquestra Concentus Musicus de Lisboa, assim como o Coro Polifónico de Almada e Coro Odyssea. Novidades são as presenças dos coros Voces Cælestes, Ensemble Capella Mundi, Ensemble Vocal Mensura e Coro Quintare.
Estes ciclos surgem na continuação de outras experiências já efectuadas nas igrejas da Baixa e Chiado, com o propósito claro de abrir os espaços sagrados à música que - outrora ou agora - foi composta para o serviço de Deus e a contemplação dos mistérios da Revelação Cristã, e complementarmente a outras actividades como os itinerários da Fé (visitas guiadas às igrejas), a conquistar enorme e crescente adesão por parte do público.