Num total de 283 obras em apreciação em 2003, o júri decidiu atribuir por unanimidade uma Menção Honrosa ao projecto de “Reconversão de um quarteirão no Chiado”, e por maioria uma Menção Honrosa ao projecto “Alcântara-Rio/Reconversão de um quarteirão da antiga Fábrica da União”, situado em Alcântara.

O projecto do quarteirão no Chiado - enquadrado pelas ruas Garrett, Serpa Pinto, Travessa do Carmo e Almirante Pessanha - é do Arquitecto Gonçalo Sousa Byrne e o promotor é a Companhia de Seguros Império, S.A.. Quanto ao projecto de Alcântara Rio, delimitado pelas ruas João de Oliveira Miguéis, Fradesso da Silveira e Fontaínhas, é da autoria do Arquitecto Frederico Valsassina e tem como promotor o Alcântara Rio-Empreendimentos Imobiliários S.A.
Com a atribuição destas duas Menções Honrosas passam a existir um total de 117 galardões entre Prémios e Menções Honrosas, atribuídas tanto a edifícios, como a conjuntos edificados, assim como a um espaço público.

As duas intervenções premiadas localizadas em áreas antigas da cidade, Baixa e Alcântara, apresentam uma forma de intervenção na cidade com respeito pelas memórias do local, e ao mesmo tempo com forte referência de arquitectura actual. Trata-se de mais dois exemplos de boa conciliação entre o negócio imobiliário com o respeito pelos valores da cidade.

Criado no princípio do século passado este Prémio é um dos mais antigos Prémios de Arquitectura do mundo e tem como objectivo incentivar a qualidade do trabalho e o reconhecimento público de arquitectos e promotores que participam na construção da cidade. Tem constituído uma referência cultural da arquitectura de qualidade praticada em Lisboa, captando interesses de diversa ordem que ao longo dos tempos envolveu os profissionais desta área (arquitectos e promotores), galardoando obras tanto do sector público como do privado.

O Prémio Valmor surge na sequência de indicações deixadas no testamento do Segundo e Último Visconde de Valmor, Fausto Queiroz Guedes. Falecido em França em 1878, segundo o seu testamento, uma determinada quantia de dinheiro era doada à cidade de Lisboa de modo a criar-se um fundo, que passaria a constituir um prémio a ser distribuído em partes iguais ao proprietário e ao arquitecto autor do projecto da mais bela casa ou prédio edificado.
Surge assim, com o nome do seu instituidor, o Prémio Valmor de Arquitectura, cuja atribuição era da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa.

Em 1943, Duarte Pacheco, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Ministro das Obras Públicas, institui o Prémio Municipal de Arquitectura. Este prémio partilhava muitas semelhanças com o Valmor, no entanto centralizava-se em premiar obras de qualidade muito diversa mas geralmente mais modernas dos que as galardoadas pelo Prémio Valmor. Atribuído entre 1943-1957, este prémio foi recuperado em 1982, estando desde essa altura associado ao Valmor, passando a designar-se desde então Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura.
Em 2003 o regulamento foi novamente alterado, passando a incluir um prémio para Arquitectura Paisagista, tendo assim este prémio adquirido uma nova dimensão.

Ver foto projecto Gonçalo Byrne

Ver foto projecto Frederico Valsassina

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